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Sons e sombras da meia-noite

  • Foto do escritor: Flora Simon
    Flora Simon
  • 16 de nov. de 2020
  • 2 min de leitura
Está é uma crônica resenha baseada na crônica de Rubem Penz. Para uma melhor experiência, é interessante a leitura do texto dele primeiro:

Flora Würth Simon


Ao ler a crônica de Rubem Penz, Manhã meio mal-assombrada, me identifiquei de imediato com o título. Tudo que remete ao sobrenatural me chama a atenção, pois sempre fui muito curiosa a respeito de mistérios aparentemente sem solução.


Em boa parte da minha vida morei em um apartamento recheado de móveis de madeira,

daqueles antigos, que tem uma durabilidade invejável em comparação aos MDFs de hoje. O problema deste tipo de móvel magnânimo, por outro lado, é sua capacidade de estalar com uma frequência significativa. Os estrondosos estalos noturnos, então, são tais como os descritos na crônica acima referida: da porca torcer o rabo.


Cada moradia também tem suas peculiaridades e, tal como a escada de Penz, meu

apartamento possuía um objeto que chamava a atenção de todos os visitantes que por lá transitavam: um relógio de madeira. Mas não era um relógio cuco de pequeno porte, e sim um daqueles majestosos, de pêndulo, que reverberam a cada badalada.


E foi ele mesmo que me surpreendeu uma certa noite após um dos primeiros filmes de terror que assisti na vida, até hoje considerado um dos mais assustadores: O Exorcista. Após o término do extenso longa-metragem, o relógio iniciou suas badaladas. Uma, duas, três... Eu fui contando, atenta. Após a décima segunda badalada, sucedeu-se uma extra. Treze. O que isso significava? Oh, céus...


Sei que depois daquilo fiquei com um pavor do relógio e parei de assistir os filmes enquanto a luz do sol não tocava a minha sala. Tornei-me impressionável a qualquer ruído suspeito. Compreendi, também, que é melhor não cutucar o que está dormindo – seja lá o que for, e o que quer que queiram.


 
 
 

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